sábado, 11 de fevereiro de 2012

A presença de Cristo na vida do Cristão.


Meus caros amigos. Por diversas vezes acreditamos que Cristo só se faz presente durante os momentos que estamos na Igreja. Todavia, refletindo bem, Cristo se faz presente nos irmãos que necessitam de uma palavra amiga, de um conselho, ou de muito mais. O próprio Galileu expressou aos seus amigos e discípulos que quando fizermos algo a um de seus pequeninos, é a ele que estamos fazendo (Mt 25:32-45 ). Quando agimos em prol de justiça, de amor, e em busca da CIVILIZAÇÃO DO AMOR, nessa luta o jovem Galileu se põe a frente. Jesus ressuscitado está presente e atuante de modo especial naqueles que no vasto âmbito da história e da vida levam sua causa adiante. Independentemente da coloração ideológica e da adesão a alguma religião ou credo cristão, sempre que o homem busca o bem, a justiça, o amor humanitário, a solidariedade, a comunhão e o entendimento entre os homens, todas as vezes que se empenha em superar seu próprio egoísmo, em fazer esse mundo mais humano e fraterno e se abre para um Transcendente normativo para sua vida, ai podemos dizer, com toda certeza, está o Ressuscitado presente porque sua causa está sendo levada adiante, pela qual ele viveu, sofreu, foi processado e também executado. “Quem não está contra nós, esta conosco” (Mc 9,40; Lc 9,50) disse ainda o Jesus histórico e com isso derrubou as barreiras sectárias que dividem os homens e que fazem ver irmãos somente naqueles que aderem ao seu credo. Todos os que aderem à causa de Jesus estão irmanados com Ele e Ele está agindo neles para que haja nesse mundo maior abertura para o outro e maior lugar humano para Deus. Cristo não veio fundar uma religião nova. Ele veio trazer o homem novo (cf. Ef 2,15) que se define não pelos critérios estabelecidos na sociedade (cf. Gál 3,28), mas pela opção que fez à causa do amor, que é a causa de Cristo. Como Espirito, Jesus ressuscitado age onde quer. Agora, na plenitude de sua realidade humana e divina, transcendeu todas as possíveis barreiras à sua ação, do sacro e do profano, do mundo e da Igreja, do espaço e do tempo. Atinge a todos, especialmente porém àqueles que, por suas vidas lutam por aquilo pelo qual o próprio Jesus lutou e morreu, mesmo que não façam uma referência explicita a ele e ao seu significado salvífico universal, e por isso podem ser chamados de cristãos anônimos e latentes.

Fonte: BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador: ensaio de cristologia crítica para o nosso tempo [1972]. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1991. p. 190s. 


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