quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Reflexão de Quarta - Quaresma: Amor e Compromisso!

Iniciamos hoje um tempo muito importante para a Igreja Católica: a Quaresma. "Prova de amor, maior não há, que doar a vida pelo irmão", esse é comumente o refrão mais lembrado nessa época, pois a partir desse momento passamos a fazer memória daquele que por amor deu-nos a vida.

Entretanto, para melhor lucidar este momento tão sublime que iniciamos, trago a todos uma reflexão sobre a quaresma extraída do site da Pastoral da Juventude - Regional Sul 1.


“Tempo de Quaresma é tempo de amar apaixonadamente, por isso é tempo de pensar na vida, refazer caminhos, mudar de vida!”

  
Só quem realmente ama apaixonadamente é capaz de fazer a opção pela pessoa amada, de tomar a iniciativa e se comprometer com ela. Deus assim o fez: “Eu vi a opressão do meu povo no Egito. Ouvi o seu clamor... e desci para libertá-los...” (Ex. 3, 7-8). Dando assim, início a sua primeira Aliança por meio de Moisés, marcada pela celebração da Páscoa. E com Jesus de Nazaré a Nova Aliança é celebrada, Ele assume também a opção pelo povo e sua libertação!
Celebrar a Quaresma é fazer memória da Aliança de Deus com seu povo, mais ainda é colocar-se a caminho e reviver a caminhada de 40 anos do povo de Deus no deserto em busca da Terra Prometida, rumo à verdadeira libertação; como também dos 40 dias que Jesus passou no deserto em oração antes de assumir a sua missão. É tempo propício de darmos a nossa resposta a este amor apaixonado; de tomarmos consciência de que somos continuadores desta Aliança que Deus continua fazendo conosco, o seu povo. É necessário, portanto “pensar na vida, refazer caminhos, mudar de vida!”
“Rasguem o coração e não as roupas...” (Joel 2, 13). É este o convite que o Senhor nos faz na Quaresma! É preciso voltar-se para Deus não com ritos externos e por pura aparência é preciso um movimento interno de conversão e mudança que perpasse toda a vida e que leve ao compromisso com o outro por meio do Jejum e da Oração.
JEJUM não apenas do alimento, mas autodomínio sobre nossos sentimentos, atitudes e palavras e principalmente o cumprimento da caridade e da justiça, que é o jejum agradável a Deus: “O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar à sua própria gente.” (Isaías 58,6-7).
ORAÇÃO pessoal numa constante busca de realizar a vontade de Deus e responder aos desafios do nosso tempo atual. Este é um tempo propício para oração, reflexão escuta de si e da realidade. E também oração comunitária, que dá sentido à vida cristã porque conduz à caridade, à fraternidade para com todos os irmãos. A dimensão comunitária da Quaresma é assumida com a Campanha da Fraternidade, que neste ano de 2012 com o tema: "Fraternidade e Saúde Pública" e o lema "Que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Eclo. 38,8). Convida-nos à reflexão e ação diante da questão da Saúde Pública e nos convoca à conversão, à solidariedade e ao comprometimento social em vista da transformação desta realidade que causa sofrimento, sobretudo àqueles que não têm acesso à Saúde Pública de qualidade.
Viver o tempo da quaresma não é simplesmente preparar-se para celebrar a Páscoa de Jesus, mas é realizar uma caminhada de conversão que nos conduz a viver de fato uma vida nova que brota da cruz, a percorrer o mesmo itinerário do Jovem de Nazaré e a nos converter ao Projeto de Deus que ele assumiu de “vida abundante para todos” (Jo. 10,10). É preciso reavivar e renovar a opção pela vida, lutando contra todas as formas de morte que se apresentam contra a dignidade dos filhos de Deus: a injustiça, a fome, todas as formas de violência e opressão, o extermínio de nossos jovens que incansavelmente gritam por justiça e clamam pela vida!
Somente assim: "Celebraremos a Páscoa, não com o velho fermento, nem com o fermento da malícia e da perversidade, mas com os pães sem fermento, isto é, na pureza e na verdade" (1 Cor 5,8). Na certeza de que a vida triunfou, ela venceu definitivamente a morte porque Jesus Ressuscitou!

Por Elaine Cristiana de Lima
(Pedagoga, membro da Equipe de Coordenação da PJ da Arquidiocese de São Paulo e membro do GT Mística e Construção Regional Sul 1)

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

JoCC se reúne no último domingo para falar de perdão

O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte. (Mahatma Gandhi)

O grupo JoCC se reuniu novamente no último domingo para mais um encontro, o 3º do ano. O encontro foi organizado pela jovem Débora, que nos apresentou uma reflexão sobre os dons, e trazendo mais aprofundado a forte questão do perdão. Muito se discutiu sobre como é difícil perdoar, as mudanças de postura e de caráter que o processo de perdão gera no indivíduo.
Muito se fala sobre o perdão, sobre o que é perdoar... Trago para uma reflexão um texto extraído do site da Canção Nova: "Perdão: Uma Atitude Necessária".

Perdoar é uma atitude e não uma questão de sentimento. Muitas vezes ficamos presos aos sentimentos. Queremos sentir, ou melhor, queremos deixar de sentir a dor que ficou em nosso coração com a atitude que nos feriu. O perdão é antes de tudo um ato de decisão, uma escolha. Começa com a atitude que nasce da decisão de perdoar, e somente depois é que os sentimentos se modificam. E mesmo assim, para que isso aconteça, muitas vezes é necessário tempo. Monsenhor Jonas Abib nos fala assim: “Perdoar é ato de vontade e não um simples sentimento. Temos o livre-arbítrio de escolher entre perdoar ou guardar entulhos no coração. A decisão é nossa. Somente com o perdão conseguimos harmonia em nosso coração”.
Quando falamos em perdão, quase que imediatamente se faz uma ligação com a dificuldade que encontramos para dar ou receber perdão. Infelizmente temos o mau hábito de, ao longo de nossa vida, ir acumulando mágoas e ressentimentos. Em geral, temos facilidade de nos ofender com as atitudes que não compreendemos do outro. No entanto, a falta de perdão, a mágoa, o ressentimento, só trazem prejuízos para nós e para o outro, prejuízos inclusive em nossa saúde física e mental. A falta de perdão causa amargura em nosso coração, tira a alegria de viver.
Hoje, quero trazer para nossa reflexão pesquisas para que possamos refletir sobre outro aspecto do perdão que pouco é falado, que são os benefícios que podemos alcançar através dessa atitude.
Em 2004, Charlotte Van Oyen Witvliet, professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, liderou uma experiência com 71 voluntários. A experiência constava do pedido que os voluntários se lembrassem de alguma ferida antiga, algo que os tivesse feito sofrer. Nesse instante, foi registrado o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. Depois foi pedido que eles se imaginassem entendendo e perdoando as pessoas que haviam feito mal a eles. O resultado foi que as pessoas se mostraram mais calmas, e com a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos menores.
Outra experiência que podemos citar é a do Dr. Fred Luskin, que 1999 criou um projeto para a Universidade de Stanford (EUA) para uma pesquisa sobre o perdão. A pesquisa estudou o impacto das emoções negativas, como a raiva, a mágoa e o ressentimento no sistema cardíaco. Os primeiros resultados indicaram que [ao conceder e pedir perdão] os participantes apresentavam redução do nível de estresse, viam-se menos irados e mais confiantes. Além disso, o estudo mostrou que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, pois esse grupo de pessoas apresentou uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite.
Luskin e Thoresen afirmaram que essa melhora psicológica e física persistiu pelo menos por quatro meses; em alguns casos, ao longo desses quatro meses, a melhora continuou a progredir.
Podemos concluir, portanto, que não podemos parar na dificuldade em perdoar. Essa é uma cultura que existe entre nós e que precisamos mudar. Precisamos ensinar aos nossos filhos que perdoar, além de ser uma ordem divina para nós, traz inúmeros benefícios para a nossa saúde física e mental. Se aprendermos a perdoar podemos alcançar com mais facilidade equilíbrio em nossa saúde geral. Só não podemos nos esquecer de que o perdão não está relacionado com a mudança do outro ou com o deixar que o outro faça o que quiser, pois não quer dizer impunidade.
Perdoar é um processo pelo qual o novo se faz possível na nossa vida e na vida do outro. Perdão está relacionado à vida, à vida plena; está relacionado ao amor, e amor verdadeiro. Perdoar é amar apesar de tudo, é a vitória do amor sobre o ódio. É por isso que perdoar é fonte de cura e de saúde física e mental. Abramos o nosso coração e nossa alma para o perdão. O convite de hoje é para nos decidirmos pela vida, pelo amor, pelo perdão.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Grupo JoCC inicia suas atividades em 2012


No último domingo (12), o grupo JoCC (Jovens Confiantes em Cristo) se reuniu para seu primeiro encontro do ano de 2012. Após um tempo de descanso e pausa, os jovens retornaram para suas atividades.
Na "Barraca do Padre", o grupo se reuniu pela manhã, mais uma vez trazendo uma reflexão sobre a juventude cristã, sobre Deus e sobre o próximo. A jovem Fernanda ficou responsável por preparar o encontro, e trouxe uma reflexão interessante para o inicio de nossas atividades no ano: Quem é Deus?
Difícil questionamento né! Cremos, oramos, pedimos, agradecemos, porém poucas vezes paramos para pensar quem seria esse Deus que tanto cremos.
"Se houvesse dois deuses, um seria a fronteira do outro. Nenhum dos dois seria infinito; nenhum, perfeito. Portanto, nenhum seria Deus. A experiência fundamental de Deus feita por Israel está assim expressa: "escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é único" (Dt 6,4). Os profetas exortavam continuamente a deixar os falsos deuses e a virar-se para o único Deus: "Eu sou Deus e mais ninguém" (Is 45,22)" (YOUCAT, p. 31, 2011)
O debate foi bem acalorado, pois é algo que geralmente causa bastante "pano pra manga" para a juventude e para toda a igreja.
Meus amigos, a fase da juventude é geralmente caracterizada pelas dúvidas, anseios, desejos, angústias. De tal sorte, o jovem cristão também tem dúvidas em sua caminhada, dúvidas que logicamente não devem ser abafadas ou recriminadas, porém não devem queimar o significado do mistério que nossa fé norteia. "SOMOS mistério", como nos fala o Pe. Hilário Dick. Tal mistério não há explicação, pois a vivência e a experimentação de tal mistério é a explicação.
O mistério de nossa vida, de nossa origem faz com que hajam dúvidas. É comum! Porém não podemos deixar essas dúvidas diminuírem nossa fé e crença no mistério.
Enfim amigos, esse encontro rendeu muita conversa.
Uma novidade: o grupo esteve recebendo novar companheiras de caminhada. A jovem Débora voltou ao grupo e a jovem Márcia veio pela primeira vez, sejam bem vindas!


Mais sobre este assunto:
Textos
E por falar em pastoral: Porque você caminha?

E por falar em pastoral: O Reino de Deus.

"Quem é Deus?" Pergunta mais digitada em site de busca.



Vídeos
Canção Nova: Quem é Deus pra mim?

E se Deus por um de Nós?

Deus é amor (Taizé)



Em Cristo SEMPRE Jovem!
Grupo JoCC



sábado, 11 de fevereiro de 2012

A presença de Cristo na vida do Cristão.


Meus caros amigos. Por diversas vezes acreditamos que Cristo só se faz presente durante os momentos que estamos na Igreja. Todavia, refletindo bem, Cristo se faz presente nos irmãos que necessitam de uma palavra amiga, de um conselho, ou de muito mais. O próprio Galileu expressou aos seus amigos e discípulos que quando fizermos algo a um de seus pequeninos, é a ele que estamos fazendo (Mt 25:32-45 ). Quando agimos em prol de justiça, de amor, e em busca da CIVILIZAÇÃO DO AMOR, nessa luta o jovem Galileu se põe a frente. Jesus ressuscitado está presente e atuante de modo especial naqueles que no vasto âmbito da história e da vida levam sua causa adiante. Independentemente da coloração ideológica e da adesão a alguma religião ou credo cristão, sempre que o homem busca o bem, a justiça, o amor humanitário, a solidariedade, a comunhão e o entendimento entre os homens, todas as vezes que se empenha em superar seu próprio egoísmo, em fazer esse mundo mais humano e fraterno e se abre para um Transcendente normativo para sua vida, ai podemos dizer, com toda certeza, está o Ressuscitado presente porque sua causa está sendo levada adiante, pela qual ele viveu, sofreu, foi processado e também executado. “Quem não está contra nós, esta conosco” (Mc 9,40; Lc 9,50) disse ainda o Jesus histórico e com isso derrubou as barreiras sectárias que dividem os homens e que fazem ver irmãos somente naqueles que aderem ao seu credo. Todos os que aderem à causa de Jesus estão irmanados com Ele e Ele está agindo neles para que haja nesse mundo maior abertura para o outro e maior lugar humano para Deus. Cristo não veio fundar uma religião nova. Ele veio trazer o homem novo (cf. Ef 2,15) que se define não pelos critérios estabelecidos na sociedade (cf. Gál 3,28), mas pela opção que fez à causa do amor, que é a causa de Cristo. Como Espirito, Jesus ressuscitado age onde quer. Agora, na plenitude de sua realidade humana e divina, transcendeu todas as possíveis barreiras à sua ação, do sacro e do profano, do mundo e da Igreja, do espaço e do tempo. Atinge a todos, especialmente porém àqueles que, por suas vidas lutam por aquilo pelo qual o próprio Jesus lutou e morreu, mesmo que não façam uma referência explicita a ele e ao seu significado salvífico universal, e por isso podem ser chamados de cristãos anônimos e latentes.

Fonte: BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador: ensaio de cristologia crítica para o nosso tempo [1972]. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1991. p. 190s.