terça-feira, 11 de outubro de 2011

12 de Outubro: Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida



Hoje, 12 de Outubro de 2011, é um dia especial para os católicos do Brasil inteiro. É o dia celebrado para a nossa mãezinha negra, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A sua história tem o seu início em meados de 1717, quando chegou a Guaratinguetá a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais. Desejosos de obsequiá-lo com o melhor pescado que obtivessem os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas infrutíferas, descendo o curso do rio chegaram ao Porto Itaguaçu, a 12 de outubro. Já sem esperança, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Em nova tentativa apanhou a cabeça da imagem. Envolveram o achado em um lenço. Daí em diante, os peixes chegaram em grandes quantidades para os três humildes pescadores. Nossa Senhora da Conceição Aparecida possui tamanha importância aos brasileiros, semelhante a Nossa Senhora de Fátima para os portugueses.  Nesse dia, é o momento de reflexão e de dedicar nosso pensamento e nosso olhar aquela que dedicou sua vida para cuidar de Jesus Cristo, e que durante a morte de nosso senhor, foi incumbida de ser a mãe de todos. Jesus, vendo a sua Mãe e, junto d'Ela, o discípulo que amava, disse à sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa. (Lucas 19:26-27). Como filhos e filhas de nossa mãezinha negra, este é o dia de agradecermos a sua atenção e seu carinho de mãe, a olhar sempre por nós pecadores, e interceder a Deus a nosso favor.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Tem sentido ser PJ hoje em dia?

Vez ou outra surgem alguns profetas do fim dos tempos anunciando a morte da PJ. Uma vantagem de se ter a idade que eu tenho e de ter passado tanto tempo na vida pastoral é saber que estes profetas são frequentes ao longo da história. E que nem sempre suas profecias são cem por cento erradas e nem cem por cento certas.

É certo que estes tais profetas falam a partir da visão de mundo que eles tem. E a partir dos interesses que os motivam a falar. Há também aqueles que fazem tais anúncios como forma de provocação. E a estes eu recomendo que se escute. Provocações são boas porque nos fazem reagir.

Há quem fale, por exemplo, da sua realidade local de Pastoral da Juventude. Dos grupos que estão desarticulados, dos jovens desmotivados e das assessorias perdidas. É fácil ser profeta do fim do mundo num contexto assim. É a tal da crônica da morte anunciada.

Mas onde alguns enxergam problemas, outros enxergam possibilidades. Um profeta assim, que cutuca sobre o fim da PJ de determinado local, pode mexer com os brios, com o orgulho da galera que ajudou a construir e a fazer aquela história.

Quem fala do fim da PJ pode parecer que é também um frustrado em termos pastorais. O que isto significa? Que o sujeito perdeu todas as suas esperanças neste modo pastoral de agir e só enxerga o lado negativo. Volto a dizer, quem só vê o lado bom das coisas, não ajuda o grupo a avançar, porque pode haver buracos ou desfiladeiros adiante que o excesso de otimismo impede de enxergar. Por outro lado, um negativismo exagerado é um mal também. Afinal ninguém gosta de ficar do lado de um chato.

Mas enfim, há algum sentido nestas profecias de fim da PJ? Sim, há sentido sim. Se olharmos para trás, nestes quase quarenta anos de pastoral, veremos que muita coisa está diferente. Se você olhar aí para sua realidade verá que as soluções de cinco ou dez anos atrás não funcionam tão bem hoje em dia. Ou seja, foi preciso mudar, adaptar-se aos tempos novos.

Falava outro dia com amigos pejoteiros que é muito mais claro para mim hoje o jeito de fazer pastoral do que quando eu estava na coordenação diocesana. Hoje, as assembléias, os encontros, os cursos, tem uma lógica e uma maneira de se encaminhar as decisões que são diferentes para mim. Antes, tudo eram atividades que precisavam ser cumpridas. Hoje, estas atividades estão claramente dispostas dentro de um processo. Cada uma delas tem uma contribuição a dar.

Por exemplo, quem faz assembleia para simplesmente eleger um representante ou secretário, perdeu uma oportunidade fantástica de articulação pastoral ou discussão e encaminhamentos de rumos da PJ. Hoje, as novas lideranças cobram mais os porquês das atividades e os para quês também. E isso é formidável. Aquela PJ que tínhamos há doze, quinze anos, não é mais a mesma.

Por outro lado, os desafios que aparecem hoje no nosso quintal são diferentes também. Diferentes ou mais gritantes. Falávamos antes, por exemplo, que pastoral é o agir da Igreja num determinado campo. Esta era uma definição que cabia bem para a PJ. Será que ainda faz sentido dizer hoje que Pastoral da Juventude é a ação da Igreja para, com e pela juventude? Se hoje estamos dentro de uma organização chamada Setor Juventude da qual somos parte e muitas vezes não damos a linha, e outras tantas vezes pouco podemos contribuir, será preciso revisar o que significa ser “Pastoral”?

Eu já disse algumas vezes para amigos pejoteiros que se fosse necessário mudar o nome de Pastoral da Juventude, entendida como a ação pastoral que eu desempenho, para qualquer outra coisa (fosse Setor Juventude, Movimento Juvenil, Ação da Juventude, por exemplo), eu aceitaria a mudança DESDE QUE a essência permanecesse a mesma.

E PJ tem essência? Claro que tem! São opções fundamentais das quais não podemos abrir mão sob risco de nos descaracterizarmos. São estas opções que nos dão a nossa Identidade. E identidade não é algo que ganhamos, mas é algo que construímos.

Quando falamos, entre outras coisas, na opção pedagógica por pequenos grupos, pelo uso do método ver julgar agir rever e celebrar, da importância da formação integral, da centralidade da proposta de Jesus que ele encarnou em sua própria vida e que hoje nos motiva a continuar, falamos de opções necessárias para a Igreja e para o mundo juvenil. Falamos de identidade pejoteira.

E reafirmamos que, independente das mudanças que o tempo nos obrigue a realizar, estas opções são marcas que levamos adiante. São expressões que gritam de volta para os profetas do fim do mundo que a PJ vive. São afirmações que ajudam os pessimistas a refletirem, que reanimam os caídos e as sem forças. “Apesar de todo cansaço, de toda decepção e amargura, não temos o direito de perder a esperança; a desesperança é heresia!”, disse Dom Pedro Casaldáliga. Por isso, vamos embora, andar, pejoteiros e pejoteiras. Identidade se faz com opções sim, mas olhando também os gritos e necessidades do mundo ao nosso redor. E quem anda, amplia o olhar. Há muita necessidade de PJ por aí.

FONTE: http://pejotando.blogspot.com/2011/10/tem-sentido-ser-pj-hoje-em-dia.html

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PJ - Identidade e articulação

É fato conhecido que um grupo de jovens sozinho não é Pastoral da Juventude. “Como não??? A base da PJ são os grupos!!”, pode questionar um leitor. A este leitor eu peço que releia a frase. Um grupo de jovens SOZINHO não é Pastoral da Juventude.

Se ainda assim, meu caro amigo não entender a mensagem, explico de um jeito diferente. Pastoral se dá na articulação, da mesma forma que uma pessoa sozinha não é comunidade e até para rezar do jeito cristão é necessário que existam pelo menos duas pessoas (Mateus 18,20).

Espere aí! Meu grupo está numa região onde não existe mais Pastoral da Juventude. Nós nos identificamos com a proposta. Então não somos PJ?”.

Aí esta a grande questão! Identificar-se com a proposta. Identidade. Conheço tantos companheiros e tantas companheiras ligados e ligadas à PJ que teimam e batem o pé falando que é preciso, necessário e urgente que a Pastoral da Juventude rediscuta a sua própria identidade. Como assim, meus caros? “E, Rogério, o que tem uma coisa (isolamento) a ver com a outra (identidade)? Isso está me parecendo o samba do pejoteiro louco”.

Explico. Olhe para a realidade pejoteira que você vive e aquela que você conhece. Você acha que somos uma pastoral de gabinete, de escritório, de umas poucas cabeças pensantes, de uma elite que pensa para a massa executar? Há gente que pensa que somos assim, mas digo que estão errados. Você pode até achar uma ou outra liderança pejoteira sem a devida formação e com uma prática não condizente com isto, mas eles não são maioria.

Reafirmo que não somos uma pastoral de escritório. E poderia dar uma série de exemplos neste sentido. Mas dou um só para não me alongar. Já ouviram falar de casos de dioceses que tiveram suas coordenações de PJ cassadas? Sim. E, ouviram falar que depois desta degola, outra coordenação tão pejoteira quanto a anterior assumiu a coordenação? Se sim, eu lhe digo que a coordenação anterior fez bem a lição de casa. E respeitou um princípio básico da identidade pejoteira.

Que princípio é este? Boas coordenações são aquelas que preparam outros para assumirem seu lugar. Isto eu aprendi no meu primeiro ano de PJ, lá atrás, nos tempos das cavernas (rs). E uma boa coordenação de PJ articula forças e grupos em rede, de modo que o trabalho não pereça se um ou outro núcleo fracassarem, mas que os outros núcleos próximos os auxiliem a se reerguer.

E quem definiu este princípio de identidade? A Igreja? Um grupo de assessores místicos? Não e não! A prática, meu caro! É assim com a vida humana e é assim com a vida pastoral. A gente aprende quem a gente é e o que a gente quer ser, vivendo e experimentando, ouvindo e experimentando, aprendendo e experimentando. O que eu quero dizer? Que identidade se faz na prática.

Há duas observações aí, portanto: os princípios da PJ, como grupos pequenos, assessoria, tempos de coordenação, revisão de vida, formação integral, por exemplo, não são dogmas inquestionáveis. Pode-se experimentar variações nestes temas. Mas são termos consagrados pelo uso. Se alguém faz diferente e mostra um bom resultado, é o caso de estudar este caso. A identidade se faz na prática. A gente aprendeu a ser PJ contando com a experiência vivida por tantos jovens e assessores antes da gente. Eles nos deram nossa marca, eles nos deram nossa experiência. E a gente vai deixar uma marca e uma experiência também para as gerações futuras continuando a fazer pastoral a partir da realidade que nos cerca.

A segunda observação remete ao início deste texto. O grupo isolado que se identifica com a causa da PJ não fica isolado. Não pode e não consegue estar sozinho sob o risco de se extinguir. Quem já comeu do fruto da árvore pejoteira se sente impelido a levar a proposta adiante. E acaba descobrindo justamente o que eu já disse: a identidade com a PJ vai se firmar na prática, seja ela prática missionária ou prática de articulação. Vai ter dificuldades? Claro! Mas são justamente as vitórias sobre as dificuldades que dão o tempero especial na nossa vida, em todos os sentidos!

FONTE: http://pejotando.blogspot.com/2011/04/identidade-e-articulacao.html

Dia de Santo Chico de Assis - A cura de um Leproso


O verdadeiro discípulo de Cristo, monsior São Francisco, vivendo nesta miserável vida, com todo o seu esforço se empenhava em seguir a Cristo, o mestre perfeito. Por isso acontecia muitas vezes que, por divina operação, Deus curava a alma daquele a quem ele curava o corpo, na mesma hora, como se lê de Cristo. E como ele não só servia de boa vontade aos leprosos, mas, além disso, tinha ordenado que os frades de sua Ordem, andando ou estando pelo mundo, servissem aos leprosos pelo amor de Cristo, que por nós quis ser tido como um leproso, aconteceu uma ocasião, em um lugar próximo de onde então morava São Francisco, que os frades serviam em um hospital aos leprosos doentes.

Havia lá um leproso tão impaciente, insuportável e mau, que todo mundo tinha como certo, e era mesmo, que ele estava tomado pelo demônio, pois tratava quem o servia como um vilão, por palavras e pancadas, e, o que era pior, blasfemava ultrajando Cristo bendito e sua santíssima mãe Virgem Maria, desse modo que não se encontrava quem quisesse ou pudesse servi-lo.

E ainda que os frades procurassem suportar pacientemente as injúrias e vilanias para aumentar o mérito na paciência, como sua consciência não podia suportar o que era contra Cristo e sua Mãe, decidiram abandonar esse leproso, Mas não quiseram faze-lo antes de contar em ordem a São Francisco que morava, então, em um lugar ali perto.

Quando o fizeram, São Francisco foi visitar o leproso perverso e, chegando a ele, saudou dizendo: “Deus te dê a paz, irmão meu caríssimo”.
O leproso respondeu: “Que paz posso receber de Deus, que me tirou a paz e todo bem, e me fez todo podre e fedido?”.

E São Francisco disse:
“Filho, tem paciência, pois as enfermidade do corpo nos são dadas por Deus neste mundo para a salvação da alma, pois são de grande mérito quando são suportadas pacientemente”.
O doente respondeu:
“E como posso suportar pacientemente a pena contínua que me aflige dia e noite? E não estou aflito só com minha enfermidade, mas pior me fazem os frades que tu me deste para me servirem e não me servem como devem”.

Então São Francisco, conhecendo por revelação que esse leproso era possuído pelo espírito maligno, foi e se pôs em oração, pedindo devotamente a Deus por ele.

Feita a oração, voltou a ele e disse assim: “Filho, quero te servir eu mesmo, uma vez que não te contentas com os outros”. “Está bem, disse o enfermo, mas o que tu me poderás fazer mais do que os outros?”. São Francisco respondeu: “O que tu quiseres, eu farei”. Disse o leproso: “Eu quero que tu me laves inteiro, pois estou fedendo tão forte que nem eu mesmo agüento”.

Então São Francisco mandou esquentar na mesma hora água com muitas ervas aromáticas, depois o despiu e começou a lavá-lo com suas mãos, e um outro frade derramava a água em cima. E por milagre divino, onde São Francisco tocava com suas santas mãos, a lepra ia embora e a carne ficava perfeitamente curada. E quando a carne começou a ser curada, também a alma foi sendo curada.
Por isso, vendo o leproso que estava começando a ficar curado, começou a ter uma grande compunção e arrependimento de seus pecados, a começou a chorar muito amargamente; de modo que, enquanto o corpo ficava limpo da lepra pelo lado de fora por ser lavado pela água, a alma ia sendo limpa do pecado por dentro pela contrição e pelas lágrimas.

Quando ficou completamente curado quanto ao corpo e quanto à alma, reconheceu sua culpa e disse chorando em alta voz: “Ai de mim, eu sou digno do inferno pelas vilanias e injúrias que fiz e disse aos frades, e pela impaciência e blasfêmias que tive contra Deus”.
Daí, continuou por quinze dias a chorar por seus pecados e a pedir misericórdia a Deus, confessando-se inteiramente ao padre. E São Francisco, vendo assim expresso o milagre, que Deus tinha operado por meio de suas mãos, agradeceu a Deus e foi embora dali para terras muito distantes. Pois queria fugir, por humildade, a toda glória, e em tudo que fazia buscava só a honra e glória de Deus, e não a própria.

Depois, como aprouve a Deus, o dito leproso curado no corpo e na alma, após seus quinze dias de penitência, ficou doente de outra enfermidade; e armado com os sacramentos da Igreja, morreu muito santamente. E sua alma, indo para o paraíso, apareceu no ar para São Francisco, que estava em oração em um bosque e lhe disse: “Tu me reconheces?”. “Quem és tu?”, disse São Francisco.

“Eu sou o leproso que Cristo bendito curou pelos teus méritos, e agora vou indo para a vida eterna. Por isso, agradeço a Deus e a ti. Benditos sejam a tua alma e o teu corpo, e benditas sejam as tuas santas palavras e operações, pois por ti muitas almas vão se salvar no mundo.E sabe que não há dia no mundo em que os santos Anjos e outros santos não agradeçam a Deus pelos santos frutos que tu e tua Ordem fazeis em diversas partes do mundo. Por isso, conforta-te e agradece a Deus, e fica com a sua bênção”.

E, ditas essas palavras, foi para o céu. E São Francisco ficou muito consolado.

Para o louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém.

Fonte: http://carisma.franciscano.zip.net/