segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dois homens, dois princípios


 No dia 29 de junho a igreja do mundo inteiro celebra a festa dos "Príncipes dos Apóstolos”, São Pedro e São Paulo. Os dois não foram apenas dois grandes Santos e Mártires, representam também dois princípios fundamentais da Igreja, o da Unidade e da Ação Missionária. Pedro era um simples pescador, sem grandes estudos, mas um homem inteligente e idealista, com temperamento espontâneo, difícil. Foi o primeiro apóstolo a professar que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (cf. Mt. 16,16). Jesus lhe confiou o pastoreiro de sua Igreja: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerá sobre ela" (Mt 16,18)
Já a Igreja primitiva via na pessoa de Pedro e dos sucessores o sinal visível de unidade e da comunhão na fé e na caridade" (Missal Romano). Reconhecendo o primado de Pedro, os primeiros cristãos diziam: Ubi Petruz, ibi Ecclesia", ou seja, onde está Pedro, aí está a Igreja.
Ao contrário de Pedro, Paulo não conviveu com Jesus e era um intelectual, profundo conhecedor das Escrituras, reunindo em si as três grandes cultura da época: Foi Judeu de nascença, Cidadão Romano e educado na cultura Grega. Defendendo ardorosamente a religião judaica, perseguia furiosamente os cristãos, presenciando a morte do primeiro mártir cristão, Estevão (cf, At 7,58). Seu encontro com o Ressuscitado deu-se na estrada para Damasco, marcando o seu processo de conversão (cf. At 9,1-30). Instrumento escolhido pelo próprio Cristo para levar seu nome perante os povos (At 9,15), Paulo tornou-se o maior missionário de todos os tempos e um evangelizador apaixonado, que não descansou enquanto não anunciou Cristo a todos. Seu entusiasmo e ardor missionário eram tão fortes que chegou a dizer: “Não sou eu que vivo, mas Cristo [é que vive em mim].” (Gl 2,20). A Paulo devemos, além da expansão do Evangelho por todo o mundo Romano, a exposição de doutrinas encontradas em diversas cartas do Novo Testamento, conhecidas como “Cartas Paulinas”.
Embora fossem duas pessoas tão diferentes, Pedro e Paulo estiveram unidos na mesma fé e no mesmo amor a Cristo e à Igreja emergente. A universalidade da Igreja desponta na ação missionária de ambos, dirigidas a povos distintos: Pedro evangelizava os judeus e Paulo os gentios. Foram chamados por Cristo em locais e modos distintos, mas ambos encontraram a morte em Roma, por volta do ano 67: Pedro é crucificado de cabeça para baixo, pois julga-se indigno de morrer como o Mestre, e Paulo é decapitado.
Ao festejarmos São Pedro, o primeiro Papa, celebramos também o Papa atual, seu sucessor na cátedra de Roma e sinal de Unidade da Igreja, em meio a tanta diversidade. Unidos a ele, sejamos elos, como Pedro, num mundo dilacerado por discórdias, missionários atuantes, como Paulo, numa sociedade descrente, em favor de uma igreja unida e de um mundo solidário.
Dom Werner Siebenbrock, SVD
Bispo Diocesano de Governador Valadares (MG)
Fonte: [http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=6051]

Nenhum comentário:

Postar um comentário